Em 1832 foi fundada, na Universidade de Yale, nos Estados Unidos, a ordem secreta da Caveira e dos Ossos, ou Skull and Bones, em inglês.
A ordem está instalada em uma das mais exclusivas e elitizadas universidades americanas, e o grupo se esforça em convidar para as suas fileiras os rapazes e - só nas últimas décadas - moças, que dão a impressão de estarem destinados a um futuro em posições de destaque e liderança.
Por ser secreta, muito do que se diz em torno da sociedade é baseado em especulações com maior ou menor grau de credibilidade.
Mas entre as informações que gozam de crédito entre jornalistas e pesquisadores que se dedicaram ao assunto, estão listas de membros nas quais dois nomes chamam especial atenção neste ano: os do presidente George W. Bush (classe de 1968) e do candidato John Kerry (classe de 1966).
Superelite
Kerry pressionado a falar sobre a ordem secreta |
"A existência da sociedade que reúne membros de uma superelite, o convite para que 15 calouros de Yale entrem no grupo por ano e as participações de Kerry e de Bush são fatos. Mas muito do que se sabe a respeito do que se faz lá dentro é baseado em especulações", diz a jornalista Alexandra Robbins, que em 2002 escreveu o livro Segredos da Tumba, sobre a ordem da Caveira e dos Ossos.
Há quem acredite que os bonesmen - homens dos ossos, como eles são chamados nos Estados Unidos - sejam um grupo de conspiradores por trás de muito do que aconteceu no mundo nos últimos dois séculos. A bomba de Hiroshima e a invasão na Baía dos Porcos são dois exemplos comumente citados pelos partidários dessa teoria.
Para outros, eles não passam de um grupo de jovens que se divertem com brincadeiras com bebidas e apelo sexual, dignas das fraternidades que tanto aparecem em filmes B de Hollywood.
Para o historiador Brian McCann, que fez seu doutorado em Yale, falar em conspiração é uma "tolice". Mas McCann acha que o grupo vai além de estar interessado apenas em brincadeiras juvenis.
John Kerry
Kerry foi pressionado na TV para falar sobre a ordem secreta
"Apenas pessoas muito poderosas são convidadas para fazer parte do Skull and Bones e quem é convidado não recusa. Forma-se ali uma rede de contatos da elite que fica para a vida toda."
Alexandra Robbins também descarta as teorias conspiratórias, mas considera perturbador que tantas pessoas que ocupam, ocuparam ou podem vir a ocupar cargos importantes nos Estados Unidos façam parte de um grupo que não revela a ninguém o que pensa e discute.
"Não acho que nenhuma alta autoridade deveria ser autorizada a pertencer a um grupo com práticas secretas e interesses misteriosos. Fazer isso é colocar o interesse desses grupos acima do interesse da nação", diz ela.
Há quem acredite que os bonesmen - homens dos ossos, como eles são chamados nos Estados Unidos - sejam um grupo de conspiradores por trás de muito do que aconteceu no mundo nos últimos dois séculos. A bomba de Hiroshima e a invasão na Baía dos Porcos são dois exemplos comumente citados pelos partidários dessa teoria.
Para outros, eles não passam de um grupo de jovens que se divertem com brincadeiras com bebidas e apelo sexual, dignas das fraternidades que tanto aparecem em filmes B de Hollywood.
Para o historiador Brian McCann, que fez seu doutorado em Yale, falar em conspiração é uma "tolice". Mas McCann acha que o grupo vai além de estar interessado apenas em brincadeiras juvenis.
John Kerry
Kerry foi pressionado na TV para falar sobre a ordem secreta
"Apenas pessoas muito poderosas são convidadas para fazer parte do Skull and Bones e quem é convidado não recusa. Forma-se ali uma rede de contatos da elite que fica para a vida toda."
Alexandra Robbins também descarta as teorias conspiratórias, mas considera perturbador que tantas pessoas que ocupam, ocuparam ou podem vir a ocupar cargos importantes nos Estados Unidos façam parte de um grupo que não revela a ninguém o que pensa e discute.
"Não acho que nenhuma alta autoridade deveria ser autorizada a pertencer a um grupo com práticas secretas e interesses misteriosos. Fazer isso é colocar o interesse desses grupos acima do interesse da nação", diz ela.
Encontro
Nenhum sócio da ordem admitiu publicamente até hoje sua participação no grupo. Com Kerry e Bush não é diferente.
O presidente e o candidato já foram, no entanto, indagados várias vezes sobre o assunto. Nessas ocasiões, eles não confirmaram, mas também passaram longe de negar alguma coisa.
Kerry foi pressionado pelo apresentador do programa de televisão Encontro com a Imprensa, que perguntou o que Kerry poderia "contar sobre a ordem". "Não muito, porque é secreto", respondeu o candidato.
Em outra edição do mesmo programa, o presidente Bush também foi indagado sobre a sociedade e respondeu que "isso é tão secreto que nem podemos falar sobre o assunto."
Não há nenhum registro - ou mesmo especulação - sobre possíveis encontros dos dois em reuniões da sociedade.
"Não é nada espantoso que Kerry e Bush façam parte da mesma sociedade secreta. A intenção desse grupo sempre foi encontrar potenciais líderes de diferentes tendências na sociedade. Não é um grupo formado por amigos, mas que forma amigos e contatos para o futuro", diz Brian McCann.
Mas o historiador nota que é revelador que os dois homens que estão disputando o comando do país que se auto-intitula a principal democracia do mundo sejam parte do mesmo grupo de elite de uma universidade americana.
"Como no Brasil, a democracia americana vive em um conflito, uma tensão entre a verdadeira democracia e o patriarcalismo, o compadrio, o pistolão", diz McCann.
"Embora o país se apresente como uma democracia pura, sabemos que quem faz parte de um grupo como esse tem condições de ir bem mais longe e ter muito mais poder. É interessante e revelador que neste ano os dois homens que se propõem a defender a nossa democracia tenham isso em comum em suas histórias."
O presidente e o candidato já foram, no entanto, indagados várias vezes sobre o assunto. Nessas ocasiões, eles não confirmaram, mas também passaram longe de negar alguma coisa.
Kerry foi pressionado pelo apresentador do programa de televisão Encontro com a Imprensa, que perguntou o que Kerry poderia "contar sobre a ordem". "Não muito, porque é secreto", respondeu o candidato.
Em outra edição do mesmo programa, o presidente Bush também foi indagado sobre a sociedade e respondeu que "isso é tão secreto que nem podemos falar sobre o assunto."
Não há nenhum registro - ou mesmo especulação - sobre possíveis encontros dos dois em reuniões da sociedade.
"Não é nada espantoso que Kerry e Bush façam parte da mesma sociedade secreta. A intenção desse grupo sempre foi encontrar potenciais líderes de diferentes tendências na sociedade. Não é um grupo formado por amigos, mas que forma amigos e contatos para o futuro", diz Brian McCann.
Mas o historiador nota que é revelador que os dois homens que estão disputando o comando do país que se auto-intitula a principal democracia do mundo sejam parte do mesmo grupo de elite de uma universidade americana.
"Como no Brasil, a democracia americana vive em um conflito, uma tensão entre a verdadeira democracia e o patriarcalismo, o compadrio, o pistolão", diz McCann.
"Embora o país se apresente como uma democracia pura, sabemos que quem faz parte de um grupo como esse tem condições de ir bem mais longe e ter muito mais poder. É interessante e revelador que neste ano os dois homens que se propõem a defender a nossa democracia tenham isso em comum em suas histórias."
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